PÁSCOA, TEMPO DE LEMBRAR E DE MORRER
Nessa semana, os cristãos do mundo inteiro, sejam católicos ou protestantes comemoram a Semana Santa.
Na tradição judaica essa é a data em que os judeus comemoram a libertação e fuga de seu povo escravizado no Egito.
Pela tradição cristã a comemoração gira em torno da pessoa de Cristo, pois foi na semana do Pesah Judaico, que é a páscoa judaica em comemoração à libertação do povo de Israel, que Jesus foi morto, crucificado e ressurgiu dentre s mortos.
Nesse período, muitos eventos ligados à páscoa acontecem, sem que as pessoas se dêem conta do que realmente a páscoa significa.
Até mesmo muitos cristãos, confundem o significado do segundo maior evento do Cristianismo, depois do nascimento de Cristo e da importância e envergadura. Passaremos a escrever sobre que a páscoa é e o que ela não é.
O QUE A PÁSCOA NÃO É...
Um Tempo de Purificação
Os cristãos católicos nos 40 dias que antecedem a páscoa fazem uma purificação pessoal, uma espécie de preparação para a semana santa.
Essa purificação, começa na quarta-feira de cinzas e segue até a quinta –feira que antecede a sexta-feira da paixão.
Esse desejo de é louvável e belo, mas, purificação, não é esse o sentido principal da páscoa.
Também se tenta associar fertilidade a páscoa, através do ovo de páscoa. O ovo é símbolo bastante antigo, anterior ao Cristianismo, que representa a fertilidade e a renascimento da vida. Muitos séculos antes do nascimento de Cristo, a troca de ovos no Equinócio da Primavera (21 de Março) era um costume que celebrava o fim do Inverno e o início de uma estação marcada pelo florescimento da natureza. Para obterem uma boa colheita, os agricultores enterravam ovos nas terras de cultivo. Quando a Páscoa cristã começou a ser celebrada, a cultura pagã de festejo da Primavera foi integrada na Semana Santa. Os cristãos passaram a ver no ovo um símbolo da ressurreição de Cristo.
A tentativa de incluir fertilidade a esse período também é louvável, mas também não é esse o principal simbolismo da páscoa.
Também não se pode associar ovo a renascimento e sim a nascimento. E, nascimento, definitivamente não é o que se comemora na páscoa.
O QUE A PÁSCOA É
A Páscoa é um Tempo de Lembrança e de Comunhão
É um tempo de lembrarmos o que Jesus fez por nós. O que Ele fez, fez para reconciliar homem com Deus, pois estávamos afastados e destituídos da Glória de Deus. Sua morte nos proporcionou um acesso direto à sala do trono, sem que antes tenhamos que passar por nenhuma espécie de intermediário.
Foi nesse tempo que Jesus passou por cima, apagou os pecados da humanidade, todos de uma só vez. A Bíblia King James parecer ser a versão que possui a melhor palavra para definir o que Jesus fez nesse período de páscoa. Nessa versão da Bíblia a expressão usada para páscoa é Past Over, ou seja, passar por cima.
É nesse período que Jesus com sua morte, “passa por cima” dos pecados da humanidade.
Por isso páscoa simboliza comunhão. É tempo de comunhão com Deus. Quem tem comunhão com Ele, também tem comunhão com seu próximo.
Aproveite esse período não para se purificar, mas para ter comunhão real com Deus. Afinal, Deus não está presente em nenhum ritual, mas em qualquer lugar onde haja um coração quebrantado que com simplicidade busque sua face e queira se relacionar e ter comunhão real com Ele.
A Páscoa é um Tempo de Morte
Foi nesse período que Jesus morreu. Foi nesse tempo que ele abriu mão de ser Deus e se fez carne como nós.
Sua morte simboliza antes de tudo a humilhação própria. Sua morte deveria deixar para o cristianismo, não lembrança de fertilidade ou purificação, mas um legado de morte.
Morte do nosso eu. Esse eu que maltrata as pessoas, que fala mal, que agride, que não sabe se portar com amor, que quer poder a todo custo, que quer dinheiro para pisar, para provar algo, paras e prostituir, para se envaidecer.
O maior legado do cristianismo não é nascimento, ou fertilidade, ou mesmo purificação, mas morte.
Foi morrendo, que Deus nos Deus vida plena. Foi morrendo que Jesus conquistou nossa liberdade.
Se você conseguir morrer, viverá uma vida livre e muito mais plena. Matando seu eu você conseguirá viver uma vida livre da ditadura das conquistas humanas.
Se conseguir matar seu eu, sua saúde será melhor, porque 80% das doenças são psicossomáticas. E essas doenças surgem de diversos fatores: da falta de perdão e da amargura; da depressão; do rancor; da sede exagerada de conquistas.
É morrendo que conseguiremos o melhor da vida. Sem morte, não há perdão e não há compreensão, por exemplo. Porque para perdoarmos ou mesmo compreendermos é preciso antes fazer morrer nosso eu.
Todos querem vida, mas ninguém quer morrer. Mas, para termos vida de fato, sem morte é impossível, porque vida plena, só conseguiremos, quando matarmos nosso amado e estimado eu e a nossas paixões pessoais.
Morra; para que assim você viva o melhor que Deus tem para você. Lembre-se “seríamos bem melhores se não quiséssemos ser tão bons”. Reflita nisso.
Postado por ESUTES - Escola de Teologia do Espírito Santo
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